EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A)
DOUTOR(A) JUIZ(A) DA XXXXX VARA DO TRABALHO DE XXXXX - ESTADO DE XXXXX
[Nome do Reclamante],
brasileiro(a), [estado civil], [profissão], portador(a) da Cédula de Identidade
RG nº XXXXX e inscrito(a) no CPF/MF sob o nº XXXXX, residente e domiciliado(a)
na Rua XXXXX, nº XXXXX, Bairro XXXXX, Cidade XXXXX, Estado XXXXX, com endereço
eletrônico XXXXX, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo
– doc. 01), com escritório profissional sito à Rua XXXXX, nº XXXXX, Bairro
XXXXX, Cidade XXXXX, Estado XXXXX, onde recebe intimações e notificações de
estilo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no
art. 840, § 1º da CLT, propor a presente
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
em face de [Nome da Reclamada],
pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XXXXX, com sede
na Rua XXXXX, nº XXXXX, Bairro XXXXX, Cidade XXXXX, Estado XXXXX, CEP XXXXX,
representada neste ato por seu(sua) sócio(a) gerente Sr.(a) XXXXX,
brasileiro(a), [estado civil], [profissão], portador(a) do RG nº XXXXX e do CPF
nº XXXXX, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:
I – DA SÍNTESE FÁTICA CONTRATUAL
O Reclamante foi admitido pela
Reclamada para laborar no período compreendido entre XXXXX a XXXXX, data em que
ocorreu a rescisão imotivada do contrato de trabalho.
Durante o pacto laboral, o
Obreiro ativou-se na função de vendedor externo, cumulando atividades de
realização de pedidos e entrega de mercadorias, operando sob a gerência e
subordinação direta da Reclamada.
Para o desempenho de suas
funções, o Reclamante utilizava veículo próprio, viajando por toda a região
metropolitana de XXXXX a serviço exclusivo da empresa.
A remuneração mensal percebida
era de R$ XXXXX. Importa destacar que a composição salarial era fragmentada: no
último recibo, por exemplo, o Reclamante auferiu a quantia de R$ XXXXX sob a
rubrica de "frete" e R$ XXXXX a título de comissões, totalizando a
média remuneratória supracitada. Tal montante perfazia uma média de XXXXX
salários mínimos mensais.
A despeito da onerosidade,
pessoalidade, não eventualidade e subordinação jurídica, a Reclamada jamais
procedeu à anotação do contrato na Carteira de Trabalho e Previdência Social
(CTPS) do Obreiro, sonegando-lhe direitos trabalhistas básicos como férias, 13º
salário e FGTS.
III – DO DIREITO
1. DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO DE EMPREGO
A relação jurídica havida entre
as partes reveste-se de todas as características fático-jurídicas do vínculo
empregatício, nos moldes do artigo 3º da Consolidação das Leis do Trabalho.
O princípio da Primazia da
Realidade impõe que os fatos se sobreponham à forma. In casu, os
requisitos estão patentes:
- Pessoalidade: O Reclamante é pessoa física e
prestava serviços pessoalmente.
- Não Eventualidade: O labor era contínuo,
correspondendo a uma necessidade permanente da empresa (venda e entrega de
produtos).
- Onerosidade: Havia pagamento mensal de
salário, ainda que mascarado sob rubricas de "frete" e
comissões.
- Subordinação Jurídica: O Reclamante laborou
exclusivamente para a Reclamada, jamais atuando por conta própria no
período, cumprindo ordens e comandos da empresa fielmente. A documentação
anexa, incluindo cartão de assistência médica fornecido pela empresa,
corrobora a inserção do trabalhador na dinâmica empresarial.
Desta forma, requer-se a
declaração do vínculo empregatício entre XXXXX e XXXXX, com a consequente
condenação da Reclamada à anotação da CTPS do Reclamante, sob pena de a
Secretaria da Vara fazê-lo (art. 39, CLT).
2. DAS VERBAS CONTRATUAIS E RESCISÓRIAS SONEGADAS
Dada a informalidade ilícita do
contrato, o Reclamante jamais auferiu as verbas trabalhistas de direito.
2.1. Do Aviso Prévio
A dispensa ocorreu sem justa
causa e sem a concessão do aviso prévio, em afronta ao art. 487 da CLT e à
Constituição Federal. O aviso prévio indenizado integra o tempo de serviço para
todos os efeitos legais, inclusive para fins de anotação de baixa na CTPS,
conforme jurisprudência consolidada (OJ 82 da SDI-1 do TST) e precedentes
regionais.
2.2. Do 13º Salário e Férias
O Reclamante nunca recebeu a
gratificação natalina. Faz jus, portanto, ao 13º salário proporcional de XXXXX
e integral de XXXXX, com a integração das horas extras habituais. Igualmente,
jamais gozou de férias. A Reclamada deve ser condenada ao pagamento das férias
vencidas em dobro, acrescidas do terço constitucional, bem como das
proporcionais.
2.3. Do FGTS e Multa de 40%
Inexistindo depósitos fundiários,
requer-se a condenação da Reclamada ao recolhimento do FGTS de todo o período
contratual, bem como sobre as verbas rescisórias e aviso prévio, acrescido da
multa compensatória de 40% decorrente da dispensa imotivada.
2.4. Do Seguro-Desemprego
A omissão da Reclamada em
formalizar o vínculo e fornecer as guias competentes impediu o Reclamante de
acessar o benefício do seguro-desemprego. Nos termos da Súmula 389 do TST,
requer-se a condenação da Reclamada ao pagamento de indenização substitutiva
equivalente a cinco parcelas salariais, com base na média dos últimos salários
percebidos, conforme Leis 7.998/90 e 8.900/94.
3. DA JORNADA DE TRABALHO E HORAS EXTRAS
O Reclamante cumpria jornada das
XXXXX às XXXXX, sem intervalo para alimentação e descanso. Verifica-se,
portanto, que laborava em jornada superior ao limite constitucional de 8 horas
diárias e 44 semanais, perfazendo uma média de XXXXX horas extras por dia.
Diante da habitualidade, as horas
extras devem ser pagas com o adicional de 50%, gerando reflexos em Repouso
Semanal Remunerado (RSR), 13º salário, férias + 1/3, FGTS + 40% e aviso prévio.
Aplica-se ao caso o entendimento da Súmula 172 do TST quanto aos reflexos no
RSR.
4. DA INTANGIBILIDADE SALARIAL E DEVOLUÇÃO DE DESCONTOS
A Reclamada efetuava descontos
indevidos no salário do Reclamante a título de inadimplência de clientes. Tal
prática viola frontalmente o princípio da intangibilidade salarial e o art. 462
da CLT, transferindo ilicitamente os riscos do empreendimento econômico ao
hipossuficiente. Requer-se a devolução dos valores indevidamente descontados,
devidamente corrigidos.
5. DAS MULTAS DOS ARTIGOS 467 E 477 DA CLT
Considerando que as verbas
rescisórias não foram pagas no prazo legal de 10 dias (art. 477, § 6º, da CLT),
é devida a multa prevista no § 8º do mesmo dispositivo. Ademais, tratando-se de
verbas incontroversas que deveriam ser quitadas à data do comparecimento à
Justiça do Trabalho, requer a aplicação da multa do art. 467 da CLT, com
acréscimo de 50% sobre o montante rescisório.
6. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Com fulcro no art. 133 da
Constituição Federal e art. 85, § 2º do CPC (aplicado subsidiariamente), requer
a condenação da Reclamada ao pagamento de honorários de sucumbência no importe
de 20% sobre o valor da condenação.
IV – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, RECLAMA a
procedência total da ação para condenar a Reclamada ao cumprimento das
seguintes obrigações e pagamentos:
a) O reconhecimento do
vínculo empregatício, com a anotação da CTPS do Reclamante (período de XXXXX a
XXXXX, considerando a projeção do aviso prévio);
b) Condenação ao pagamento
da multa do art. 55 da CLT pela falta de registro;
c) Pagamento das horas
extras excedentes à 8ª diária e 44ª semanal, com adicional de 50% e reflexos em
RSR, aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário e FGTS + 40%,;
d) Pagamento do Aviso
Prévio indenizado e seus reflexos;
e) Pagamento de 13º
Salário (proporcional de XXXXX e integral de XXXXX);
f) Pagamento de férias
vencidas em dobro e proporcionais, ambas acrescidas do terço constitucional;
g) Devolução dos descontos
ilícitos efetuados a título de inadimplência de clientes;
h) Recolhimento do FGTS de
todo o período, bem como sobre as verbas rescisórias, acrescido da multa de
40%;
i) Indenização
substitutiva do Seguro-Desemprego (05 parcelas);
j) Pagamento do saldo de
salário do mês XXXXX;
k) Aplicação das multas
dos artigos 467 e 477, § 8º, da CLT;
l) Honorários advocatícios
à base de 20% sobre o valor da condenação.
Requer a notificação da Reclamada
para, querendo, contestar a presente, sob pena de revelia e confissão. Protesta
provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,
especialmente pelo depoimento pessoal do representante da Reclamada, oitiva de
testemunhas e juntada de novos documentos.
Dá-se à causa o valor
de R$ XXXXX.
Nestes termos, Pede
Deferimento.
[Local], [dia] de
[mês] de [ano].
[Assinatura do
Advogado] [Número de Inscrição na OAB]

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