EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR
JUIZ DA XXXXX VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE XXXXX/XX
XXXXX, brasileira, [estado
civil], [profissão], portadora da Cédula de Identidade RG nº XXXXX e
inscrita no CPF/MF sob o nº XXXXX, residente e domiciliada na Rua XXXXX, nº
XXXXX, Bairro XXXXX, Cidade XXXXX, Estado XXXXX, endereço eletrônico XXXXX, por
intermédio de seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo – doc.
01), com escritório profissional sito à Rua XXXXX, nº XXXXX, Bairro XXXXX,
Cidade XXXXX, Estado XXXXX, onde recebe intimações e notificações de estilo,
vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo
840, § 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), combinado com o artigo
319 do Código de Processo Civil (CPC), propor a presente
RECLAMATÓRIA
TRABALHISTA
em face de XXXXX, pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XXXXX, com sede
estabelecida na Rua XXXXX, nº XXXXX, Bairro XXXXX, Cidade XXXXX, Estado XXXXX,
CEP XXXXX ****, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:
I – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
GRATUITA
Ab initio, requer a concessão dos
benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da legislação
vigente, uma vez que a Reclamante não possui condições financeiras de arcar com
as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do sustento
próprio e de sua família, declarando-se hipossuficiente na forma da lei xxxxx
II – DO CONTRATO DE TRABALHO E
DA REALIDADE FÁTICA
A Reclamante foi admitida pela
Reclamada em 15 de dezembro de xxxxxx, para exercer a função de empregada
doméstica, prestando serviços no âmbito residencial da Reclamada ****.
O labor era desempenhado de
segunda a sexta-feira, das 08h00 às 16h00, e aos sábados, das 08h00 às 14h00.
Como contraprestação, a Obreira percebia a remuneração mensal de R$ xxxxxx,
valor este equivalente ao salário mínimo nacional vigente à época xxxxxx
O vínculo empregatício perdurou
até 15 de outubro de xxxxx, data em que ocorreu a resilição contratual
por iniciativa da empregadora, sem justa causa. Contudo, a despeito da
habitualidade, onerosidade, pessoalidade e subordinação jurídica presentes na
relação — jamais se tratando de prestação eventual —, a Reclamada não procedeu
à anotação do contrato na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) da
Reclamante xxxxx
III – DO DIREITO
3.1. Do Reconhecimento do
Vínculo Empregatício e Anotação em CTPS
A realidade fática demonstra
inequivocamente a existência de vínculo de emprego. A Reclamante laborou de
forma contínua e subordinada por quase um ano, sem que houvesse a formalização
legal. A ausência de registro na CTPS constitui flagrante violação aos direitos
trabalhistas e previdenciários da trabalhadora.
Diante do exposto e das diversas
interpelações infrutíferas dirigidas à Reclamada xxxxx pugna-se pelo
reconhecimento do vínculo empregatício no período de 15/12/xxxxx a 15/11/xxxxxx
(considerando a projeção do aviso prévio indenizado), com a consequente
condenação da Reclamada à anotação da CTPS da autora, sob as penas da lei.
3.2. Das Diferenças Salariais
– Inobservância do Piso Regional
A Constituição Federal, em seu
artigo 7º, inciso IV e parágrafo único, assegura aos trabalhadores domésticos o
direito ao salário mínimo. Todavia, havendo previsão de Piso Salarial Regional
superior ao nacional no Estado onde ocorre a prestação de serviços, este deve
prevalecer.
No caso em tela, a Reclamante
recebeu, durante todo o pacto laboral, a quantia de R$ xxxxx. Entretanto, o
piso regional aplicável à categoria determinava o pagamento de R$ xxxxx mensais
até abril de xxxxx e R$ xxxxx a partir de maio de zzzzz até o término da
contratualidade.
Portanto, são devidas as
diferenças salariais mensais, bem como seus reflexos legais, totalizando o
montante estimado de R$ zzzzzzz, devidamente atualizado.
3.3. Da Rescisão Contratual
Indireta/Imotivada e Verbas Rescisórias
A ruptura contratual foi motivada
pela intransigência da Reclamada. Em setembro de xxxxx, acometida por problemas
de saúde, a Reclamante solicitou a dispensa do labor aos sábados — dias em que
necessitava buscar atendimento médico no SUS e adquirir medicamentos —,
propondo a compensação de jornada durante a semana.
Embora tenha havido uma
tolerância inicial, na segunda quinzena de outubro, a Reclamada impôs o retorno
ao trabalho aos sábados sob pena de desconto salarial, ignorando o quadro
clínico da obreira.
Ao exigir a formalização do
vínculo na CTPS para garantir acesso aos benefícios previdenciários, a
Reclamante ouviu da empregadora que esta não "inventaria mais gasto"
e que procederia à despedida caso as condições precárias não fossem aceitas .
A relação foi encerrada em 15/10/xxxxx
pela empregadora. Até a presente data, a Reclamante não recebeu o pagamento das
verbas rescisórias, tampouco a indenização do aviso prévio, direitos
assegurados pela CLT e pela Constituição Federal (art. 7º, parágrafo único,
inciso XXXIV, e art. 487 da CLT).
Assim, faz jus a Reclamante ao
recebimento das seguintes verbas:
- Aviso Prévio Indenizado: R$ 511,97;
- Saldo de Salário: R$ 255,98;
- Férias Proporcionais acrescidas do terço
constitucional: R$ 625,74;
- 13º Salário Proporcional: R$ 466,82 .
3.4. Das Multas dos Artigos
467 e 477 da CLT
Diante da ausência de pagamento
das verbas rescisórias no prazo legal, impõe-se a aplicação da multa prevista
no artigo 477, § 8º, da CLT, no valor de um salário da Reclamante (R$ xxxx).
Outrossim, inexistindo
controvérsia razoável sobre as verbas rescisórias, requer a aplicação do artigo
467 da CLT, condenando-se a Reclamada ao pagamento das verbas incontroversas
com acréscimo de 50% na primeira audiência, totalizando R$ xxxxx.
IV – DOS PEDIDOS
Ex positis, requer a Vossa
Excelência:
a) A citação da Reclamada
para, querendo, contestar a presente ação, sob pena de revelia e confissão
ficta quanto à matéria de fato;
b) A procedência total da ação
para declarar o vínculo empregatício entre as partes de 15/12/xxxx a
15/11/xxxx, condenando a Reclamada a proceder às anotações de praxe na CTPS da
Reclamante ;
c) A condenação da Reclamada ao
pagamento das diferenças salariais decorrentes da inobservância do piso
regional, no valor de R$ xxxxx;
d) A condenação ao pagamento das verbas
rescisórias: Aviso Prévio Indenizado (R$ 511,97), Saldo de Salário (R$
255,98), Férias Proporcionais + 1/3 (R$ 625,74) e 13º Salário (R$ 466,82) ;
e) A condenação ao pagamento das
multas previstas nos artigos 477 da CLT (R$ 511,29) e 467 da CLT
(R$ 1.124,48) ;
f) A comprovação do recolhimento
integral das contribuições previdenciárias (INSS) referentes a todo o
período laboral ;
g) A incidência de juros e
correção monetária até a data do efetivo pagamento, bem como a aplicação do
art. 523 do CPC (antigo 475-J) no que couber ;
h) A condenação da Reclamada ao
pagamento de custas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais,
fixados em 20% sobre o valor da condenação ;
i) A concessão do benefício da Assistência
Judiciária Gratuita .
Protesta provar o alegado por
todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pelo depoimento
pessoal do representante legal da Reclamada, oitiva de testemunhas, prova
documental e pericial, se necessário .
Dá-se à causa o valor de R$ xxxxx
(xxxxxx0.
Nestes termos, Pede
Deferimento.
XXXXX, XX de XXXXX de
xxx .
ADVOGADO OAB/UF
XXXXX

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